História do Rosário

Durante os primeiros séculos do cristianismo, o saltério de Davi, de 150 salmos, era de uso corrente. A antiga prece judia passara a ser também a prece cristã e as comunidades a recitavam em latim, língua habitual da época.
Por volta do século IX, os monges irlandeses, considerando que a recitação dos salmos em latim pelos fiéis incultos era impossível, imaginaram substituí-los por 150 Pai-nossos, utilizando um cordãozinho com os nós correspondentes para que fosse mais fácil contá-los.
Naquele tempo, a Ave-Maria ainda não era conhecida. Os livros de oração não a mencionavam. Foi preciso esperar dois séculos para vê-la em uso: primeiro a saudação do anjo (século X) e depois a de Santa Isabel (século XI). Somente no fim do século XI começou a ser rezado o "Saltério das 150 Ave-Marias", quase sempre acompanhado conforme o costume do tempo, de genuflexões, prostrações, braços em cruz etc.
Por essa mesma época aparece o "Saltério dos 150 enunciados e fé sobre Nosso Senhor Jesus Cristo". Conjunto de textos da Bíblia relacionados a certos momentos da vida de Nosso Senhor, essa oração rapidamente se torna uma vida meditada de Cristo.
Começa também a ser rezado, nessa mesma ocasião, um "Saltério dos 150 louvores de Nossa Senhora", meditação sobre a vida da Santíssima Virgem, semelhante à oração anterior, composta também por textos da Sagrada Escritura.
Temos, assim, no tempo de São Domingos (século XIII), quatro "Saltérios" de uso popular:
__ o dos 150 Pai-nossos;
__ o das 150 Ave-Marias;
__ o da "Vida de Nosso Senhor";
__ o da "Vida de Nossa Senhora".
Nosso Rosário atual é o resultado da combinação desses quatro "Saltérios", o que, porém, não aconteceu de uma só vez, mas depois de várias tentativas, arranjos e substituições.
No século XV, o dominicano Alano de La Roche, dá aos vários elementos o essencial da forma atual do Rosário, isto é, quinze vezes dez Ave-Marias separadas por um Pai-nosso, cada dezena dedicada à meditação de um acontecimento da vida de nosso Senhor ou da Santíssima Virgem. De La Roche, lança ainda as "Confrarias do Rosário", mas a evolução não parou por aí.
No século VXIII, a segunda parte da Ave-Maria, "Santa Maria, Mãe de Deus". No século seguinte, um "Glória ao Pai..." vem encerrar cada dezena.
Em nossos dias, começa a se propagar a oração dita "de Fátima", rezada depois do Glória ao Pai".
O simples cordão co 10, 50 ou 150 nós dos monges irlandeses vai se fechar, torna-se uma coroa (de rosas) a passar a ser, habitualmente, uma correntinha com pequenas contas: cinco dezenas, isto é, um terço do Rosário completo. Bem recentemente apareceu um apêndice: uma pequena cruz, à qual a devoção popular ligou a recitação de um "Creio em Deus Pai..."; em seguida vem uma conta separada e mais três unidas, espécie de rosário para pessoas apressadas, cada conta representando um terço inteiro.
Como deixou claro esse pequeno resumo da história do Rosário, a meditação das vidas de Nosso Senhor e da Santíssima Virgem é essencial à sua recitação. É por essa meditação que nos aproximamos sempre mais de Cristo e de sua Santa Mãe.
A instituição canônica das Confrarias do Rosário, está confiada hoje, na Igreja, ao mestre geral dos dominicanos.

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